Nanda Vasconcelos + 1998 - 2010
Tão bela, meiga, querida!
Nanda, querida filha...
Não tenho explicação do tanto que me fez feliz!
Descansa em paz!
Tão engraçado como essas pessoas que entram na nossa vida, assim do nada, em uma tarde de sábado por exemplo, sem querer nada em troca, mesmo que seja um criança... Criança que me transbordo de sentimentos no final da tarde. Suas mãos finas, seus olhos azuis cristalinos, sorriso na boca estampado, alegria que contagia ate os mais tímidos, os mais rancorosos.
Lembro da tarde como se fosse hoje. Tarde de sábado, você entra no quarto, me olhando tocar. Tocava flauta doce, tão doce era você me olhando tocar. Sem fazer barulho, senta no chão, cruza os pés, e fica olhando de baixo pra cima. Seu vestido preto de bolinhas brancas, seu sapatinho preto. Ficou ali parada. So observando eu tocar.
Você passou pela casa toda, pensei que fosse filha da visita. Mas não, não era...
Você depois de um bom tempo resolve falar, pergunta se eu posso ensinar a tocar a música, pego uma das flauta que estava, a flauta doce soprano já que seus dedinhos delicadinhos não conseguiria alcançar tampar os buracos da flauta maior. Você pegava com uma força a flauta, e com vontade de aprender. Começamos, sem pressa, nota por nota... Bravo, já conseguia tocar! Depois as outras notas. Estava aprendendo a música Bambalalão, você com tempo já estava tocando a metade da música, com mais tempo você estava tocando ela toda. Apenas 6 anos você tinha.
Seus pais, seus familiares estava doidos enquanto estávamos tocando, porque você não havia falado a eles pra onde ia, e você de 6 anos assim sumida, era de se preocupar, ainda mais você que é tão querida.
Ao final da tarde, ja noite, você sai pra mostrar a música que aprendeu a tocar, FELIZ essa era a palavra que cabia, como tantas outras... Mas você estava feliz, e ao chegar perto deles, eles assustados e com medo lhe deram um grande abraço e perguntaram a onde estava, você responde que estava preparando um surpresa. Por isso não estava com eles. Depois de saberem a onde estava, você pedi pra todos vim verem o que aprendeu naquela tarde. Seus pais estava na frente, e lógico que avistaram a flauta em suas mãos e de certo iria tocar algo. Você começa, lindamente calma seus olhos na minha direção como quem quisesse saber se estava indo bem na música, fixou-se e tocou! Seus pais adoraram, eu adorei muito mesmo.
Seus pais perguntaram quem havia ensinado a tocar a música, VOCÊ RESPONDE O MEU MAIS NOVO "PAI", todos inclusive eu ri da situação, eu fico vermelho de vergonha e de tímido que era. Você fala pra todos que eu era seu pai, um pai que acabara de adotar. Esse dia nunca vai sair da minhas lembras querida Nanda. Ate pensei, isso é só porque é criança, depois nem lembra mais. Tantas vezes você simiu em suas férias, e seus pais ja sabiam a onde estava. Ja não era motivo de se preocupar. 7, 8, 9, 10 anos você ainda me chamando de pai. Uma palavra forte garotinha, não sabe o quanto! Nos dois ultimos anos você não veio, eu sabia que estava doente, mas nunca fui visita-la, nunca fui ve-la... Me arrependo de não ter visitado você. De ouvir você falar alegre MEU PAI.
Nanda, choro pela perda, choro por ter outras perdas, coração Nanda, assim como o seu que parou! E deixou muita gente triste com sua ida... Você vai ta no mais plana paz, vai ser um anjo, e espero que seja minha guia nessas novas fases da vida. Meu choro nunca houve tanta triste junto como agora Nanda.
Com carinho de sempre, de seus pais, e de seu pai por opção, as nossas lembranças.
Descanse em paz!
Bambalalão
Bambalalão